Eu sonhei com você essa noite.
Sonhei que a gente ainda não se falava, e isso tornou o sonho tão real! Sonhei que estávamos numa casa, quase um porão, e descíamos escadas e escadas e escadas para chegar até lá, e no final desse eterno descer havia um quintal gramado lindo, implorando para ser cuidado.
Foi quando eu olhava amargurada para esse lado que você chegou já indo embora por ter me visto lá. Dizia e repetia que não gostariam de nos ver juntas e que você queria ficar mas não podia porque eu estava lá.
E seu cachorro também estava lá.
Eu tenho medo de um dia esquecer desse sonho.
Você ficou, brava, discutindo com o meu silencio que te implorava a gente.
Então chegaram, me machucaram (tanto fisicamente quanto verbalmente), principalmente quando,
você calada, concordava com as ações estupidas da Interrupção e mantinha a minha esperança da gente cada segundo mais ausente.
Até a noite passada eu estava bem.
Não sei o que me fez sonhar com você.
Seu nome tem se ausentado das minhas folhas, seu cheiro das minhas manhãs, e até pensei em fazer café com canela para apresentar para outra pessoa. Mas você voltou no meu incosciente que pareceu tão concreto de acordo com as reações tidas.
Acredito que tenha tido o sonho para provar pra mim mesma que a única pessoa machucada na situação seja eu,
e que não adiantam corpos de outrem
ou bebidas amnésicas
ou o tempo tão canalha e devagar - você está tatuada em mim tão corporalmente a ponto de me olhar no espelho e esperar te enxergar um pouco mais.
Eu sinto muito,
tanto por você como por mim,
e acredite, eu realmente sinto,
mas eu te amo.
... foi terrível te ver ir embora, de cabeça baixa no sonho. Pelo menos de verdade você está com a cabeça erguida - e eu não sei o que me frusta mais.
29/01/2013
