Vinte minutos depois, Laura estava na porta de Luiza com o carro estacionado, criando coragem para bater. Então a coragem chegou. Bateu uma, duas, três vezes. Enfim Luiza atendeu, atravessou o jardim e foi até o portão.
- Luiza... Repete?
- Repetir o que?! Eu já falei muito. Realmente me desculpe. Talvez eu tenha ido rápido demais, você tem razão. É só que ontem, sozinha em casa eu realmente desejei você na minha banheira e me dei conta que não quero perder tempo, que esperar sentir o que já sinto é tortura e... Eu não sei. Veio até a minha casa para eu falar sozinha mais uma vez?
- Eu te amo. Eu te amo e adoraria levá-la para dentro de casa porque está chovendo!
Quando entraram em casa, Laura despiu a roupa na sala enquanto Luiza foi até o quarto. Assim que Luiza voltou com as toalhas em mãos, deparou-se com Laura seminua, e a olhou dos pés a cabeça.
- Luiza, eu estava encharcada, desculpe...
-Tudo bem... Quer um chá? Um vinho? Café?
-Você ainda está muito molhada, quer ajuda para tirá-las também?!
E foi andando lentamente até próximo a bancada que Luiza havia encostado, tentando se recompor e segurar as pernas trêmulas. Chegou perto, pegou as toalhas das mãos de Luiza e enrolou-se em uma delas. Com a outra, cobriu Luiza.
- Eu adoraria um café...
Então Laura chegou mais perto, segurou as mãos de Luiza, a olhou nos olhos e encostou seus lábios, suavemente, nos lábios alheio. Laura observou todas as reações, e desejou fotografar o momento que sentiu o tremor de Luiza, os olhos arregalados e logo mais se fechando a vontade recíproca. Desejou que existisse algo capaz de pausar aquele momento. Desejou ir além, desejou devorar a mulher que vestia roupas coladas ao corpo pela chuva.
Então se separaram, Luiza atravessou o balcão e abriu uma garrafa de vinho. Anunciou, com a face rubra:
- Está quente para tomar café... Um vinho?!
- Ótimo, um vinho...
Então sorriu da forma mais inocente que pode, já que imagens eróticas não saiam da sua cabeça. Luiza serviu duas taças de vinho, mas não guardou a garrafa apesar de ainda não ser 12h; sentou-se de frente a Laura, no outro lado do balcão.
- E então?
- Pois não?
- Tudo o que você me disse lá fora... Tudo o que eu acabei de dizer lá fora...
- A gente disse coisa pra caramba, né?
- Pois é... A gente disse. Alguma delas tem sentido? Alguma delas é verdade?
- Eu questionaria se alguma delas pode um dia vir a ser equivoco passado. Tudo o que eu acabei de te falar, Luiza, tudo ainda é pouco. Eu amo você. Desculpa pela minha reação em casa. Desculpa por ter um dia te pressionado de alguma forma, desculpa por te fazer esperar... Mas eu amo você! E quero muito ficar com você, agora, amanhã, depois, daqui 10 anos, daqui 200 anos!!
Então Luiza saiu de trás do balcão, tirou a blusa molhada e a jogou no chão. Encostou-se na pilastra e sorriu.
- E então, chegou a fome? Você ainda não tomou café.
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